Ironias

Os “pequenos partidos” – vamos deixar aqui de lado o CDS-PP, por fazer parte da coligação de governo – queixam-se com frequência da baixa atenção que recebem da comunicação social, e há toda uma parafernália de decisões de várias entidades (ERC, CNE, etc.) que tratam o assunto e visam, de alguma forma (bem ou mal é outra questão), reequilibrar o campo de jogo comunicacional.

Uma hipótese seria a de pensar que os media sociais, por não estarem sujeitos ao mesmo tipo de lógicas, e por serem utilizados por um segmento não representativo da população – menos “mainstream”, mais politizado, mais atreito a ideias “na margem”, etc. – poderiam ajudar a compensar o desequilíbrio de visibilidade dos pequenos partidos nos media convencionais. É por isso que estes gráficos que se seguem são tão curiosos:

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Catarina Martins e João Semedo são em regra – e em relação aos restantes líderes partidários – mais mencionados nas notícias online dos órgãos de comunicação social do que no Twitter ou nos blogues. O mesmo sucede, com menor disparidade, com Jerónimo de Sousa. Ainda por cima, como veremos nos próximos tempos, ser-se mencionado no Twitter significa na maioria dos casos (e sempre que essas menções têm uma polaridade positiva ou negativa) ser-se negativamente mencionado (apesar de isso ser menos dramaticamente acentuado nestes casos do que nos dos líderes dos maiores partidos).

Em suma, as lideranças do BE e do PCP têm comparativamente mais visibilidade nos órgãos de comunicação convencionais (mesmo que online) do que na twittosfera ou na blogosfera. E ainda por cima, podemos dizer com alguma segurança que, pelo menos no caso da twittosfera, as poucas vezes que lá são mencionados é, na maioria das vezes que se transmite uma opinião, para dizer mal deles. Irónico, não?

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